ORAGO: Nossa Senhora da Assunção

Festas:

Os Rituais do Solstício de Inverno são manifestações pagãs que se vivem um pouco por todo o Nordeste Transmontano e em especial no concelho de Vinhais, os quais têm início no dia 31 de Outubro com a Festa da Cabra e do Canhoto e terminam na quarta-feira de cinzas com o diabo e a morte.

Em dezembro destacam-se as festas dos rapazes, associadas ao culto de Santo Estêvão, que no passado pagão terão sido dedicadas ao culto do Sol. Com o advento do cristianismo, foram adotadas pela Igreja que lhes conferiu um carácter cristão.

Festa da Cabra e do Canhoto - Cidões

A Festa da Cabra e do Canhoto, na noite de 31 de outubro os rapazes da aldeia de Cidões, ateiam uma fogueira gigante com lenha “roubada” das touças e é preparada, em potes de ferro, a cabra, que depois é comida pelos presentes.

À meia-noite em ponto começa a ouvir-se, ao longe, o “cantar” do carro de bois que se dirige ao local do festejo, puxado pelos rapazes e carregado de “canhotos” de lenha. Em cima destes, o próprio “canhoto” (Diabo), representado por um dos rapazes que, de capa preta e com o rosto coberto por uma máscara de madeira, empunha uma forquilha com gestos ameaçadores. Este cortejo, depois de contornar a fogueira desaparece, tal como apareceu, no escuro da noite.

Festa de Santo Estêvão ou Festa dos Rapazes - Ousilhão

Festa de Santo Estêvão ou Festa dos Rapazes em Ousilhão comemora-se nos dias 25 e 26 de dezembro. A festa, feita pelo povo e organizada pelos mordomos, tem como personagens principais um rei e dois vassalos, quatro moços, um tamborileiro, um gaiteiro e um grupo de mascarados. Os mascarados mantêm uma presença constante e ativa no sentido de animar a festa. As celebrações são um misto de cerimónias religiosas (a missa, a procissão e a bênção) com ritos profanos, como o cortejo noturno dos “máscaros”, e representam, simultaneamente, ritos de passagem como o rito de fertilidade e de fecundidade, presentes nos seus gestos – o fustigar a terra e as mulheres e chapinhar na água, que têm um lugar ideal numa época de transição do ano velho para o novo e num momento de renovação da natureza.

“Festa dos Caretos” ou “das Varas” - Rebordelo

«Festa dos Caretos» ou «das Varas», em Rebordelo, realiza-se no dia 25 e 26 de dezembro, dia de Santo Estêvão, e “decorre, com pormenores de grande interesse folclórico, como, por exemplo, a «encamisada» constituída por um vistoso cortejo, que percorre de noite a povoação à luz de archotes, ou «fachucos», formado por cavaleiros e carros de bois pejados de rapazio a dar vivas aos mordomos; estes com coroa na cabeça e varas nas mãos, em ar de cetro, que no segundo dia entregam solenemente aos seus sucessores, ao som de tiros atroadores, que se desloca de carro, ou a pé, e se detém a espaços, para representar o episódio, previamente ensaiado, trágico ou mesmo tétrico, mas sempre destinado a provocar a hilaridade de toda a assistência.” Pessanha, Sebastião, Mascarados e Máscaras Populares de Trás-os-Montes, Lisboa. 1960.

Festa de Santo Estêvão - Travanca

A Festa de Santo Estêvão, em Travanca, realiza-se dia 27 de dezembro. As galhofas decorrem num curral onde uma parte se preenche com palha. Dois máscaros com máscaras de lata pintadas a negro e fato feito com velhas mantas coloridas, surgem sussurrando ao ouvido dos presentes: “Dê cá uma croinha! Dê cá uma croinha!”. O produto do donativo há de servir para pagar aos gaiteiros que animam a noite.

Encamisada – Vale das Fontes

A encamisada de Vale das Fontes realiza-se dia 31 de dezembro. O cortejo percorre a aldeia encabeçado pelos gaiteiros, seguidos pela população disfarçada, originalmente, com panos rendados a cobrir a face e mantas sobre as costas. Ao desfile juntam-se os burros de cargas, os carros de bois e mais recentemente tratores devidamente decorados. Ao tiro do caçador silenciam-se os mascarados, um trio de cantores entoa quadras dedicas a Santo Estêvão. No dia seguinte realiza-se a missa em honra de Santo Estêvão onde é feita a entrega das “Varas” aos novos mordomos.

Entrudo Chocalheiro – Vila Boa de Ousilhão

Os “Máscaros” ou “Entrudo Chocalheiro” em Vila Boa de Ousilhão, saem à rua no Carnaval. Vestem umas calças, casaco, e gorro, colocam uma máscara de madeira e prendem na vestimenta uns chocalhos, campainhas e correntes de couro. De seguida percorrerem as ruas da aldeia atormentando a comunidade.

Dia dos Diabos e da Morte - Vinhais

O Dia dos Diabos e da Morte em Vinhais, celebra-se no primeiro dia da Quaresma, ou seja Quarta-feira de Cinzas, com um ritual em que os protagonistas, são duas figuras mascaradas, A Morte e o Diabo. Os diabos são às dezenas vagueando pelas ruas da vila. O seu papel é atormentar os habitantes que saem à rua nesse dia, fustigando-os com vergastadas acutilantes dos seus cinturões de couro. São vinte e quatro horas de penitência e inquietação própria do primeiro dia da Quaresma. Daí, alguns pensarem tratar-se de um costume medieval em que, no primeiro dia da Quaresma, um indivíduo vestido de morte percorria as ruas da localidade, alertando todos os fiéis para que estivessem preparados, porque na hora menos pensada a morte podia chegar e ceifar-lhes a vida com a gadanha.

*As datas de realização das festas poderão ser alteradas mediante decisão das comunidades locais.

Romarias

A romaria é uma peregrinação popular a um lugar tornado sagrado pela presença especial de um «santo». Sanchis, Pierre. (1983). “Arraial: Festa de um Povo – as romarias portuguesas”. Coleção Portugal de Perto. Lisboa. Publicações Dom Quixote, capitulo I, p. 39

No território de Vinhais destaca-se a romaria de Santo António (Vinhais), no primeiro domingo de Setembro, muito frequentada pelos inúmeros devotos de todo o concelho e dos concelhos limítrofes, que ali vão cumprir as suas promessas. Existem outras importantes Festas e Romarias: N.ª Sra. da Assunção, em Vinhais, a 15 de Agosto; S. Tiago de Ribas, no segundo Domingo de Agosto, em Edral; N.ª Sra. da Alegria, no segundo Domingo de Agosto, em Ousilhão; N.ª Sra. da Saúde, no último Domingo de Agosto, em Vale de Janeiro e N.ª Sra. Dos Remédios, a 8 de Setembro, em Tuizelo.

Feiras

Rural Castanea - Festa da Castanha

A Rural Castanea - Festa da Castanha de Vinhais realiza-se anualmente no fim do mês de outubro e tem a duração de três dias. Este evento pretende valorizar a castanha, promovê-la gastronomicamente e potenciar a sua produção.

Neste certame reúnem-se as principais empresas ligadas a este setor, produtos relacionados com a castanha, vinhos, licores, queijos, azeite e toda a gastronomia local. Para além destes, o programa da Rural Castanea conta ainda com as Jornadas do Castanheiro, animação musical e o magusto permanente no Maior Assador de Castanhas do Mundo.

Vinhais é dos concelhos portugueses com maior produção de castanha, anualmente saem entre 13 a 15 mil toneladas, tendo este número vindo a aumentar devido ao investimento dos produtores locais na plantação de novos soutos e nas tecnologias de produção.

Feira do Fumeiro

A Feira do Fumeiro de Vinhais realiza-se anualmente, em fevereiro, desde 1981. Destaca-se das demais pelo seu fumeiro de excelência que lhe valeu a atribuição do título de a “Capital do Fumeiro”.

Nos quatro dias de feira, além do fumeiro de raça bísara, estão disponíveis produtos naturais da região, artesanato, produtos gourmet, espetáculos musicais, luta de touros, tasquinhas e restaurantes preparados para receber milhares de visitantes todos os anos.